Pular para o conteúdo principal

Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação


O Papa Francisco instituiu, em consonância com o costume da Igreja Ortodoxa, a partir deste ano, para toda a Igreja Católica, em 1º de setembro, o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado com a Criação. A proposta vem ao encontro das preocupações apresentadas pelo Romano Pontífice na sua recente Carta Encíclica "Laudato Si'".

O texto do Evangelho proposto para a reflexão é Mt 6,24-34, um convite à contemplação serena do mundo, ao cuidado fraternal com todas as criaturas, à confiança filial e ao abandono nas mãos de Deus, o Pai, fonte e criador de toda a vida.

Em carta aos Cardeais Turkson e Koch, respectivos presidentes do Pontifício Conselho Justiça e Paz e do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, o Papa delineia os aspectos gerais e as motivações dessa sua ação. O Dia é pensado como "contribuição para a superação da crise ecológica que a humanidade está vivendo", recuperando, a partir do "nosso rico patrimônio espiritual as motivações que alimentam a paixão pelo cuidado da criação", assumida de modo muito particular na Encarnação do Verbo.

A crise ecológica conclama uma verdadeira conversão ecológica, e a experiência desse Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação "oferecerá a cada fiel e às comunidades a preciosa oportunidade para renovar a adesão pessoal à própria vocação de guardião da criação, elevando a Deus o agradecimento pela obra maravilhosa que Ele confiou ao nosso cuidado, invocando a sua ajuda para a proteção da criação e a sua misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em que vivemos". 

É um gesto pequeno e simples, mas que traduz e impele a uma grade revolução: a conversão do coração de cada homem e mulher para o compromisso com a vida, em todas as suas formas e dimensões.

Neste encalço, nas próximas publicações vou dedicar-me a breves reflexões sobre os aspectos centrais da Encíclica "Laudato Si'", para nosso conhecimento e debate.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lavar os pés. De quem? Para quê?

  Pensando na liturgia da Quinta-feira Santa, que já está bem próxima, é impossível não vir à mente a imagem de Jesus lavando os pés dos seus discípulos. Cena forte, impactante, envolvente. Tanto é que muita gente chama a celebração desse dia solene simplesmente de “missa do lava-pés”. Quem nunca se imaginou tendo os pés lavados pelo padre nesse dia? Muita gente chora quando é convidado ou até mesmo pego de improviso para esse gesto. Você também? Porém, o que existe de mais nesse gesto? Lavar os pés era a tarefa dos escravos. Era um sinal de submissão à autoridade de outrem. Jesus que se abaixa e lava os pés dos Doze sinaliza sacramentalmente sua vocação de servo da humanidade, em obediência à vontade do Pai e coerência à sua própria palavra: “Quem quiser ser o maior, se faça o servo de todos” (cf. Mc 10,44). Oferecer água para lavar os pés era significativo gesto de acolhida israelita. No calor escaldante do deserto, ao ser recepcionado a uma casa para uma refeição, especialmen

Micropoema de Semana Santa

  Era noite No coração de Judas Feliz de quem não se encontra sozinho na hora mais sombria Nem sempre há um anjo do céu para nos confortar   --- (Referências a Jo 13,30 e Lc 22,43)

Entre crises e angústias – Amoris Laetitia IX

Continuamos no capítulo VI da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, do Papa Francisco, que trata de lançar luzes sobre algumas perspectivas pastorais no complexo universo da família neste início de milênio. Antes de tudo, é preciso ter a consciência de que o amor é chamado a amadurecer com a experiência da vida. Nesse processo, não existe imunidade a crises, angústias e sofrimentos. É entre dores e obstáculos que a alegria do amor se revela, especialmente quando se trata da vida conjugal e familiar. Na verdade, “cada crise esconde uma boa notícia, que é preciso saber escutar, afinando os ouvidos do coração” (AL 232). Crises são oportunidades de reaprender o valor do perdão e do sonho. “Cada crise é como um novo ‘sim’ que torna possível o amor amadurecer reforçado, transfigurado, amadurecido, iluminado” (AL 238). É preciso, para tanto, uma atitude de abertura constante e acolhida solidária, para discernir caminhos de libertação e cura de feridas graves e imaturidades. Uma das mais