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Mostrando postagens de 2020

E se você não quiser mais?

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  Quando se trata de uma coisa, é bem fácil: você passa pra frente, joga no lixo, quebra, sei lá... simplesmente descarta. E está tudo bem. Mas, e quando se trata de pessoas ou sentimentos? Longe de mim oferecer uma visão utilitarista da pessoa ou instrumentalizar os sentimentos, pelo contrário! O que eu quero discutir com você é outra questão: como você percebe que chegou a hora de mudar e como realizar isso? Se eu pudesse resumir o meu trabalho, eu diria que se trata de ajudar pessoas . É isso que eu quero com esse texto: ajudar alguém . Nessa pandemia, muitas pessoas que me procuram apresentam dramas reais aos quais estão mais vulneráveis e, na maioria das vezes, não sabem que rumo tomar. Talvez seja o seu caso também, de você que me lê agora. E talvez seja também o meu, por que não? Então, dedico a nós essas palavras. Não é uma mensagem de final de ano, mas pode ser. Você é capaz de dizer não? Pra muita gente isso é uma tortura! Talvez pela dificuldade em dizer não , muita gen

Algumas perspectivas pastorais – Amoris Laetitia VIII

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  É o que aponta o capítulo VI da exortação Amoris Laetitia . Importante destacar a atitude dialógica do Papa: “As diferentes comunidades é que deverão elaborar propostas mais práticas e eficazes, que levem em conta tanto a doutrina da Igreja como as necessidades e desafios locais” (AL 199). Francisco se detém apenas em apontar desafios de modo bem amplo e geral. O primeiro é anunciar o Evangelho da família , através de uma pastoral familiar sólida e bem articulada, que tenha como protagonistas as próprias famílias. Em uma atitude de conversão missionária, as comunidades locais são convidadas a anunciar o valor e a dignidade da família, propondo valores capazes de enfrentar os problemas reais vividos pelas famílias. Assim se constrói uma paróquia “família de famílias” (AL 202), animada por agentes (sacerdotes, religiosos e leigos) que precisam ser mais bem formados para oferecer a ajuda necessária às famílias, especialmente em suas dificuldades, crises e preocupações mais concretas.

O amor que se torna fecundo – Amoris Laetitia VII

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  Continuando nossa série de reflexões sobre a Exortação Apostólica Amoris Laetitia , chegamos ao capítulo V, que trata da acolhida da vida no seio da família. Aqui o Papa Francisco não se detém apenas em falar sobre a geração de filhos, mas propõe o conceito da “família alargada”, que compreende também a adoção e o cuidado para com os idosos. É um texto curto, mas bastante significativo! “O amor sempre dá vida” (n. 165): essa é uma das características fundamentais do amor. A vida deve sempre se acolhida como dom, com generosidade e alegria, contemplando, na vida que quer vir ao mundo, a beleza do amor e da graça de Deus que renova todas as coisas. Toda família é chamada a uma fecundidade generosa através da paternidade responsável , não se fechado no próprio egoísmo, mas abrindo o amor à experiência da vida que precisa ser cuidada e amada (n. 167). A maravilha da gravidez está na possibilidade de colaborar com Deus na renovação da criação! O sonho com o bebê que vem e sua acolh

O amor no matrimônio – Amoris Laetitia VI

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  Esse é o título do capítulo IV (n. 89-164) da exortação Amoris Laetitia , do Papa Francisco, que se dedica a realizar uma bonita reflexão sobre o significado do amor na vida do casal cristão, de forma bastante prática e concreta. A partir da inspiração de 1Cor 13,4-7 , o Papa descreve “algumas características do amor verdadeiro” (AL 90), manifestadas no cotidiano da vida da família. A paciência é a primeira característica, que conduz à aceitação do outro como ele é, num sentido de mútua misericórdia e verdadeira atitude de serviço , empregada em gestos concretos de amor e de bondade. É necessário curar a inveja para uma verdadeira apreciação sincera do outro, com seu próprio sonho de felicidade, sem ser arrogante nem se orgulhar , mas com um olhar de amabilidade , sem possessividade. Ao contrário, é com desprendimento , rejeitando todo tipo de violência interior , que se pode conduzir a relação a uma constante dinâmica de perdão e reconciliação, que torna a pessoa capaz de ale

A vocação da família – Amoris Laetitia V

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  Nesta Semana Nacional da Família, retomo a série de artigos sobre a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia , do Papa Francisco. Esse documento super atual, lançado em 2016, deve ainda ser visitado e descoberto por nossas famílias e comunidades. O capítulo III da Exortação recebe este título: “O olhar fixo em Jesus: a vocação da família”. Por aí já podemos entrever o pensamento do Papa. A partir do primeiro anúncio (ou querigma ), um anúncio de amor e ternura, é que deve ser visto o mistério do amor na família. É somente através do olhar de Jesus que podemos compreender realmente quem somos – como pessoa e como família – e qual a nossa vocação e missão no mundo e, ainda mais, no presente momento da história. O matrimônio é um dom de Deus. O amor esponsal está inscrito no coração de cada homem e mulher desde a sua criação (Mt 19,1-9 que recupera Gn 2,21-24). Nesse sentido, o matrimônio recupera esse projeto original do Criador e se apresenta como verdadeira e possível