A liturgia da festa de hoje, São Tiago, Apóstolo, traz essa referência da segunda carta aos Coríntios, que me faz pensar muito sobre a realidade da vida humana e a proposta da vocação cristã. “Temos esse tesouro em vasos de barro, para que o extraordinário poder seja de Deus e não nosso” (2Cor 4,7). Na lógica original do texto, Paulo está discorrendo sobre o ministério apostólico, cujo centro se encontra na pregação do evangelho, o anúncio da salvação de Deus pelo mistério pascal de Jesus Cristo. O apóstolo discorre longamente sobre a superação da antiga aliança por Cristo, e mostra que a autoridade do ministério apostólico está em nada reter para si – nem a própria vida, frequentemente exposta a perigos e ao ridículo –, mas em fazer tudo para que todos cheguem ao conhecimento da boa nova divina. Mas podemos ir além do texto. Por isso que ele é Palavra de Deus. O texto nos convida a uma lucidez antropológica, se assim posso dizer. Traz à tona a consciência de nossa condição de
Blog destinado a reflexões teológicas, filosóficas e pastorais. A paixão pelo ser humano conduz aos mais diversos temas e ambientes que compõem sua complexa existência, sobretudo sua dimensão transcendente e transcendental. Sem, claro, renunciar à fé cristã, horizonte e eixo norteador da vida. Da vida à Vida.