Esse é o título da mensagem do Papa Francisco para este Dia Mundial de
Oração pelo cuidado da Criação. Preparei alguns recortes da mensagem, a partir
da publicação disponível no site da Santa Sé, que pode ser lida integralmente
em: http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/pont-messages/2016/documents/papa-francesco_20160901_messaggio-giornata-cura-creato.html
Com a palavra, o próprio Papa:
Em união com os irmãos e irmãs
ortodoxos e com a adesão de outras Igrejas e Comunidades cristãs, a Igreja
Católica celebra hoje o “Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação”. A
ocorrência tem como objetivo oferecer “a cada fiel e às comunidades a preciosa
oportunidade para renovar a adesão pessoal à sua vocação de guardiões da
criação, elevando a Deus o agradecimento pela obra maravilhosa que Ele confiou
ao nosso cuidado, invocando a sua ajuda para a proteção da criação e a sua
misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em que vivemos”.[1]
[...] Cristão ou não, pessoas de fé e
de boa vontade, devemos estar unidos manifestando misericórdia para com a nossa
casa comum – a terra – e valorizar plenamente o mundo em que vivemos como lugar
de partilha e comunhão.
1. A terra clama...
Com esta Mensagem, renovo o diálogo
com “cada pessoa que habita neste planeta” sobre os sofrimentos que afligem os
pobres e a devastação do meio ambiente. [...]
Como salienta a ecologia integral, os
seres humanos estão profundamente ligados entre si e à criação na sua
totalidade. Quando maltratamos a natureza, maltratamos também os seres humanos.
Ao mesmo tempo, cada criatura tem o seu próprio valor intrínseco que deve ser
respeitado. [...]
2. ...porque pecamos
[...] Neste Ano Jubilar, aprendamos a
procurar a misericórdia de Deus para os pecados contra a criação que até agora
não soubemos reconhecer nem confessar; e comprometamo-nos a dar passos
concretos no caminho da conversão ecológica, que exige uma clara tomada de
consciência da responsabilidade que temos para conosco, o próximo, a criação e
o Criador.[7]
3. Exame de consciência e arrependimento
O primeiro passo neste caminho é
sempre um exame de consciência, que “implica gratidão e gratuidade, ou seja, um
reconhecimento do mundo como dom recebido do amor do Pai, que consequentemente
provoca disposições gratuitas de renúncia e gestos generosos (…). Implica ainda
a consciência amorosa de não estar separado das outras criaturas, mas de formar
com os outros seres do universo uma estupenda comunhão universal. O crente
contempla o mundo, não como alguém que está fora dele, mas dentro, reconhecendo
os laços com que o Pai nos uniu a todos os seres”.[8]
[...] Sabemos que «Deus é maior do
que o nosso pecado»,[13]
do que todos os pecados, incluindo os pecados contra a criação. Confessamo-los,
porque estamos arrependidos e queremos mudar. E a graça misericordiosa de Deus,
que recebemos no sacramento, ajudar-nos-á a fazê-lo.
4. Mudar de rumo
O exame de consciência, o
arrependimento e a confissão ao Pai, rico em misericórdia, levam-nos a um
propósito firme de mudar de vida. Isto deve traduzir-se em atitudes e
comportamento concretos mais respeitadores da criação [...].
De igual modo, o propósito de mudar
de vida deve permear a maneira como estamos a contribuir para a construção da
cultura e da sociedade a que pertencemos: de fato, “o cuidado da natureza faz
parte dum estilo de vida que implica capacidade de viver juntos e de comunhão”.[17]
A economia e a política, a sociedade e a cultura não podem ser dominadas por
uma mentalidade de curto prazo nem pela busca de imediato benefício financeiro
ou eleitoral. Pelo contrário, aquelas devem ser urgentemente reorientadas para
o bem comum, que inclui a sustentabilidade e o cuidado da criação. [...]
5. Uma nova obra de misericórdia
[...] Obviamente, a “vida humana na
sua totalidade” inclui o cuidado da casa comum. Por isso, tomo a liberdade de
propor um complemento aos dois elencos de sete obras de misericórdia,
acrescentando a cada um o cuidado da casa comum.
Como obra de misericórdia espiritual,
o cuidado da casa comum requer “a grata contemplação do mundo”,[25]
que “nos permite descobrir qualquer ensinamento que Deus nos quer transmitir
através de cada coisa”.[26]
Como obra de misericórdia corporal, o cuidado da casa comum requer aqueles “simples
gestos cotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração,
do egoísmo” e se manifesta o amor “em todas as ações que procuram construir um
mundo melhor”.[27]
6. Para concluir, rezemos
[...]
“Ó Deus dos pobres,
ajudai-nos a resgatar os abandonados
e esquecidos desta terra
que valem tanto aos vossos olhos (…).
Ó Deus de amor, mostrai-nos o nosso lugar neste mundo
como instrumentos do vosso carinho por todos os seres desta terra”.[29]
Ó Deus de misericórdia, concedei-nos a graça de receber o vosso perdão
e transmitir a vossa misericórdia em toda a nossa casa comum.
Louvado sejas.
Amém.
ajudai-nos a resgatar os abandonados
e esquecidos desta terra
que valem tanto aos vossos olhos (…).
Ó Deus de amor, mostrai-nos o nosso lugar neste mundo
como instrumentos do vosso carinho por todos os seres desta terra”.[29]
Ó Deus de misericórdia, concedei-nos a graça de receber o vosso perdão
e transmitir a vossa misericórdia em toda a nossa casa comum.
Louvado sejas.
Amém.
[1] Francisco, Carta
para a instituição do “Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação»” (6 de
agosto de 2015).
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