Nossa Diocese de
São Mateus se alegra com a ordenação de seu quarto bispo diocesano, Dom Paulo
Bosi Dal’Bó, neste dia 12/12/2015. No contexto do Ano Santo da Misericórdia,
sua ordenação ganha, para nós, um significado ainda mais especial. Seria bom,
então, nos debruçarmos um pouquinho melhor sobre o que significa o ministério
episcopal para a Igreja. Tomaremos como guia o próprio Ritual de Ordenação.
Em linhas
gerais: “A Ordem dos Bispos sucede ao Colégio dos Apóstolos no magistério e no
governo pastoral em que o Corpo Apostólico perdura continuamente. Portanto, os
Bispos ‘como sucessores dos Apóstolos, recebem do Senhor, a quem foi dado todo
o poder no céu e na terra, a missão de ensinar a todos os povos e pregar o
Evangelho a toda a criatura, a fim de que os homens todos, pela fé, pelo
batismo e pelo cumprimento dos mandamentos, alcancem a salvação (cf. Mt 28,18)’.
O Colégio Episcopal, sob um só chefe, o Romano Pontífice, sucessor de Pedro,
exprime o conjunto, a unidade, a variedade e a universalidade do rebanho de
Cristo” (n. 12). Fica claro, então, o importante papel do bispo: em comunhão
com todos os bispos da Igreja, continuar, por um mandato próprio e especial, a
missão dos apóstolos, a missão do próprio Jesus, em toda a terra!
“Cada Bispo,
porém, que preside alguma Igreja particular, exerce o seu governo pastoral
sobre a porção do povo de Deus, que lhe foi confiada; é o princípio e o
fundamento visível da unidades nestas Igrejas particulares, formadas à imagem
da Igreja universal, pois que nelas e por elas a Igreja católica existe” (n.
13). Ele é na sua diocese, como indicam as palavras do Ritual, o sinal da unidade da Igreja: unidade entre
os fiéis que habitam a diocese; unidade da diocese com a Igreja no mundo
inteiro.
Ainda mais: “Entre
os principais deveres dos Bispos sobressai a pregação do Evangelho, [...]
santificam os fiéis através dos sacramentos [...]. Assinalados com a plenitude
do sacramento da Ordem, são ‘os administradores da graça do sacerdócio supremo’,
mormente na Eucaristia, que eles mesmos oferecem ou cuidam que seja oferecida. E
toda celebração legítima da Eucaristia é dirigida por eles: em toda comunidade
reunida em torno do altar sob o ministério sagrado do Bispo, manifesta-se o
símbolo da caridade e da unidade do Corpo místico” (n. 14). Tudo isso num sincero espírito de humilde serviço:
“O Episcopado é um serviço e não uma honra; o Bispo deve distinguir-se mais
pelo serviço prestado que pelas honrarias recebidas” (n. 39). O lema de Dom
Paulo ilustra bem essa disposição: “Vim para servir” (Mc 10,45).
Para bem cumprir
sua missão, o Bispo a ser ordenado promete (cf. n. 40): “desempenhar até à
morte a missão confiada pelos Apóstolos”, “anunciar o Evangelho de Cristo”, “conservar
em sua pureza e integridade o tesouro da fé”, “unidade com o Colégio dos Bispos”,
“obedecer fielmente ao sucessor do Apóstolo Pedro”, “cuidar do povo com amor de
pai e dirigi-lo no caminho da salvação”, mostrar-se “afável e misericordioso
com os pobres e peregrinos e todos os necessitados”, “procurar as ovelhas
errantes e conduzi-las ao rebanho do Senhor” e “orar incessantemente pelo povo
de Deus e desempenhar com fidelidade a missão do sumo sacerdócio”. Por isso são
tão importantes nossas orações pelo bispo e sua missão, para ajudá-lo a
suportar tão pesado fardo.
Na prece de
ordenação, pede-se ao Pai que envie ao novo bispo “o Espírito Soberano, que
destes ao vosso amado Filho, Jesus Cristo, e ele transmitiu aos santos
Apóstolos, que fundaram a Igreja por toda a parte”, para que ele apascente o
rebanho com retidão, exercendo a plenitude do sacerdócio em seu favor, no
serviço oferecido dia e noite ao Senhor, em favor do seu povo; pede-se também
que conceda ao ordenando o “poder de perdoar os pecados”, de distribuir os
ministérios e de “desligar” os vínculos (cf. n. 47). Na prece de ordenação,
como vemos, pede-se ao Pai os dons do Espírito para o bispo exerça com
verdadeira caridade de pastor, a exemplo do Bom Pastor, seu ofício, a plenitude
do sacerdócio, em favor da Igreja.
A entrega das insígnias
episcopais visualizam, se pudermos assim dizer, didaticamente, o significado da
nobre missão a ser exercida: o Evangeliário representa, como já dissemos acima,
o dever primordial do anúncio do Evangelho (n. 50); o anel é símbolo da
fidelidade à Igreja, esposa de Deus (n. 51); a mitra, sinal da santidade a que
é chamado a viver (n. 53); o báculo, símbolo do serviço de pastor (n. 54).
Acompanhemos com
nossas orações esse momento tão importante na vida de nossa Igreja diocesana. Peçamos
a Deus que auxilie com sua graça a Dom Paulo em sua nova missão, junto ao nosso
povo. Que ele seja um zeloso pastor, segundo o Coração do próprio Senhor, a nos
mostrar o caminho da paz, do bem, da vida, da misericórdia!
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