Pra você não me acusar de estar entrando na “modinha”, quero explicar de onde veio essa ideia de blog. Que, aliás, é já um tanto antiga na minha vida.
Nos anos de 2003 a 2005 (eu tinha
entre 12 e 15 anos) fui voluntário no laboratório de informática de uma escola
de onde eu morava. Foram os primeiros contatos com computador que tive na vida!
Invejo essa molecada que já nasce sabendo operar os aparelhos que só aprendemos
com certo custo e empenhando um tempo considerável (e que ainda não sabemos mexer
direito – eu, um velho de 29 anos, estou dizendo isso!).
Lá no LIED (estou desatualizado
– isso ainda existe?) desenvolvíamos todo tipo de atividade com as crianças,
desde jogos educativos até formatação de pequenos textos. Alguns projetos
desenvolvidos pelas professoras entravam em posterior parceria com a gente do
laboratório, para ampliação de recursos, horizontes e, claro, divulgação.
Um projetinho interessante sobre o
meio-ambiente, porém, roubou a cena. Estávamos procurando uma forma de divulgar
esses trabalhos de forma interessante e permanente na internet. Fui apresentado
ao mundo dos blogs. A criançada adorou. As experiências eram
apresentadas em pequenos relatórios escritos pelos próprios alunos e (muitas)
fotos. O trabalho foi tão legal que a escola foi chamada para apresentá-lo num
encontro regional! Eu até tinha criado um blog pessoal pra treinar o uso da
ferramenta, mas foi algo tão trivial que não me lembro nem o endereço mais (vou
pesquisar pra ver se ainda existe!). Mas passou.
A vida caminhou. Fui pro seminário. Faculdade.
No último ano de teologia, o temido TCC. Com dois agravantes: 1) escolhi um tema
que tinha quase nada de bibliografia no Brasil e o Instituto não tinha
professor especialista na área; 2) eu teria de coordenar naquele ano um evento
de nível estadual, que estava me sugando a atenção e as energias. Eu podia ler
mas não tinha tempo pra escrever – só poderia fazer isso em outubro, com o
semestre fechando no início de dezembro. E tem uma terceira complicação: eu não
sei escrever. Não nos moldes tradicionais. Fazia tempo que eu só fazia pequenos
esquemas no caderno, com alguns conceitos e “setas” para todos os lados (só eu mesmo
conseguia estudar com as minhas anotações). E agora, João?
Foi quando recuperei a ideia do blog. Seria
um instrumento momentâneo, só para treinar a escrita, pra quando fosse redigir
a monografia do final de curso a tragédia não se avolumasse tanto. Resultados positivos
ao final: 1) um professor recém-chegado de Roma tinha estudado justamente o assunto
que eu estava pesquisando e aceitou orientar meu trabalho; 2) o encontro foi realizado
com sucesso; 3) consegui redigir 56 páginas em 30 dias (até hoje não sei a nota
que me deram, mas como ninguém reclamou, acho que foi positiva)!
A experiência do blog foi tão interessante
que resolvi continuar, mesmo depois de alcançado o objetivo inicial. Foi assim
que o Pluriverso Teológico ganhou forma. O mundo de atividades paroquiais,
depois de padre, me fez deixar ele de lado. Nota-se pela frequência de
publicações. Este é somente o sétimo texto que publiquei depois da ordenação,
depois de mais de dois anos de profundo silêncio literário. Alguns amigos e
amigas me incentivaram a retomar. Os mentirosos diziam que os textos eram bons,
e eu acreditei!
Pra mim, o blog é uma ferramenta de
interpretação. Por aqui interpreto o mundo e sentimentos e situações circunstantes.
Não deixa de ser exposição – ou autoexposição (o segredo está na dosagem de
narcisismo que se aplica). É sempre ferramenta, recurso, instrumento. Espero que
você se aventure comigo por aqui, que tem de tudo: impressões autobiográficas
(como o presente texto), espiritualidade, política, religião, atualidade, livros...
algo do que eu sou e tudo que eu gosto. Ah, e você pode contribuir com assuntos
também. Basta comentar no final do texto ou me mandar uma mensagem. Fico feliz
em ajudar!
Obrigado por fazer parte do meu
Pluriverso!
Comentários
Postar um comentário
Compartilhe teu pensamento conosco!