Igreja do Pão

A Liturgia do último domingo (17º do Tempo Comum - ano B) pode servir de fonte para uma visão de Igreja bem concreta: "Igreja do Pão". Tomo emprestado esse termo do Pe. Zezinho, scj, daquele conhecidíssimo refrão: "Somos a Igreja do pão, do pão repartido e do abraço e da paz..."

O pão, fruto da terra e do trabalho humano, representa toda a vida do mundo transformada e oferecida ao Criador como dom e responsabilidade, para que se transforme em obra de vida e de salvação. Oferecido ao Pai na liturgia, o pão se torna a Vida do mundo, o próprio Jesus.

O pão oferecido é pão repartido. No deserto da vida, o milagre da partilha. Pergunto: qual milagre seria mais difícil para Jesus realizar - transformar os cinco pães e os dois peixinhos em infinitos pedaços ou converter a mentalidade daquele povo para a solidariedade e a partilha? Uma Igreja do Pão só cresce ao se repartir. Pão partilhado, alimenta; pão guardado, mofa.

A comunidade do pão partilhado se sustenta no amor. Uns aos outros se suportam, trabalham como suporte nas dificuldades e fraquezas, caminham juntos ao encontro do Senhor. Perseveram no mandamento de Jesus que, acertadamente, o Beato Chevrier interpretou: "Fazer-se bom pão".

A Igreja do Pão é uma Igreja-pão. Transformada pelo Senhor, torna-se alimento de vida revelando o caminho para a Vida.

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