Natal – Palavra de Esperança



A celebração do Natal para mim é sempre um encanto à parte, seja em relação ao clima que se cria entre as famílias e até mesmo no ambiente das cidades, seja pela paradoxal riqueza e simplicidade da liturgia dessa solenidade. São quatro missas diferentes (Vigília, Noite, Aurora e Dia), mas em geral conhecemos (porque celebramos) somente duas: a da Noite e a do Dia de Natal.

 

É preciso, primeiro, deixar clara uma coisa: o que significa, para nós, católicos, celebrar o Natal? O Natal não é simplesmente o aniversário de Jesus, mas a revelação do mistério da Encarnação do Filho de Deus! Não é dia de cantar “Parabéns pra Jesus” ou outra canção piedosa, porém superficial, mas de cantar “Glória a Deus e paz aos homens”, como e com os anjos na Noite Santa, com toda a profundidade do que esse anúncio deseja realizar!

 

Celebrar o Natal também não se trata simplesmente de recordar uma história piedosa do milagre do nascimento de uma criança entre tantas outras, mas de proclamar que Deus se envolve de um modo único e singular com a humanidade a tal ponto que as duas realidades se unem maravilhosamente no Menino que nasce no silêncio da noite em Belém.

 

Celebrar o Natal significa celebrar a manifestação da Luz que vence as trevas – as trevas do mundo que se afasta de Deus, as trevas do coração humano que se engana ao pensar que pode construir o mundo sem a referência primeira e fundamental ao seu Criador. Deus está no início e no fim da história do mundo e dos homens: ninguém pode se furtar dessa verdade.

 

A liturgia da missa do Dia de Natal aborda ainda um outro aspecto dessa solenidade: se assim podemos dizer, o Natal é celebração da Epifania da Palavra de Deus. Deus, que criou o mundo através da sua palavra, se faz agora, Ele mesmo, Palavra Vivente. Não livro, mas Palavra. O anúncio das maravilhas de Deus não precisa mais ser escutado pela boca dos outros, como se fosse algo estranho ou distante de nós: Deus vem ao mundo para nos revelar a sua vontade, o seu plano de salvação, as coisas do alto, através do seu próprio Filho. No Verbo que se faz carne e vem habitar entre nós, Deus entra definitivamente na nossa história humana para se pronunciar a Si mesmo como amor, como bondade, como misericórdia, como esperança para todos os seres humanos. Sim, a presença definitiva de Deus no coração da humanidade através da Encarnação do Senhor Jesus é uma palavra de esperança para todo homem e mulher: não estamos sozinhos – Deus está sempre no meio de nós! Não é a magia, mas o esplendor do Natal! 

 

Porém, como sabemos, a Palavra precisa sempre de uma voz. Todos os que escutam a Palavra de Deus feita carne são convocados a ser uma voz que a proclame, como os profetas, como João Batista, como os Apóstolos, como aqueles que nos transmitiram a fé. Agora somos também nós as vozes a difundir a Palavra Viva de Deus. Que o Menino-Palavra nascido no Natal nos ajude a assumir com coragem e fidelidade essa tarefa que Ele mesmo nos confia!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Senhor-nossa-justiça