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Micropoema de Semana Santa

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  Era noite No coração de Judas Feliz de quem não se encontra sozinho na hora mais sombria Nem sempre há um anjo do céu para nos confortar   --- (Referências a Jo 13,30 e Lc 22,43)

O projeto de Jesus

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  Jesus exerce a sua missão em um horizonte bastante claro e definido. Seus discípulos foram compreendendo ao longo do caminho no que consistia o Reino de Deus, que o Mestre pregava. E será que nós, passados dois mil anos, já nos demos conta do real alcance e significado da proposta de Jesus? Mais que aderir a uma doutrina, somos todos chamados a assumir um jeito radicalmente novo de viver, de nos relacionar, de olhar para os outros, para o mundo, para Deus! “Isto que Jesus chama ‘Reino de Deus’ é o coração de sua mensagem, a paixão que animou toda a sua vida e também a razão pela qual foi executado... Se de Jesus nasce uma nova religião, como de fato aconteceu, haverá de ser uma religião a serviço do projeto de Jesus: o Reino de Deus” (p. 55)! Trocando em miúdos, o Reino é a vida humana conforme Deus a sonha e quer! Assumir esse sonho de Deus, então, exige romper com todas as outras formas de “reinado” que a Ele se opõem. Como fazer isso? Para entrar no movimento dessa nova forma de e

Luto por um amigo

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Hoje entendo que viver é morrer Não apenas por um decreto do calendário Mas porque morre um pouco de nós em cada pessoa que se vai

Colocar Jesus Cristo no centro

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  Essa é uma verdade que parece óbvia, mas não é. Um autêntico caminho de conversão, discipulado, comunhão e missão só tem início com um encontro vivo com Jesus Cristo, que vai cada vez mais assumindo o centro da vida, das opções, da mentalidade, dos critérios de julgar e agir, tanto pessoais quanto eclesiais. Falar ou ouvir dizer sobre Jesus não significa ter uma experiência de fé centrada nele. Um olhar atento sobre nossos discursos e práticas pode talvez revelar que somos muito “ eclesiásticos ”, mas pouco “ discípulos ”; muito “ católicos ”, mas pouco “ cristãos ”. “Corremos o risco de reforçar de muitas maneiras a presença da Igreja, deixando Jesus num plano secundário, oculto pelas nossas atividades pastorais e organizativas” (p. 36), imersos no ativismo exterior e pouco dados àquela escuta interior. Há sempre o risco de “servir a outro senhor”. Por isso precisamos voltar sempre a Jesus e à força do evangelho, para não nos perdermos em nossa identidade e vocação. Sem ter claro es

Comunidade em processo de renovação

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  O primeiro capítulo do livro “Recuperar o projeto de Jesus” trata do ambicioso processo de renovação pastoral da Igreja, a começar no seio de cada pequena comunidade concreta de fiéis, com vistas a atingir “um nível novo de vida cristã mais inspirada e motivada por Jesus” (p. 15). Para começar o caminho é necessário olhar para o nosso tempo atual, buscando identificar suas características marcantes e seus apelos urgentes. O desejo de um mundo melhor para todos se impõe num contexto de abandono da referência a Deus, que contrasta gravemente com a incapacidade de a humanidade dar a si mesma a salvação, a justiça, a liberdade. Isso acarreta uma triste crise da esperança que gera uma grave “globalização da indiferença”, como gosta de assinalar o Papa Francisco, que exige de nós uma renovação evangélica a partir de nossas comunidades cristãs concretas. Impulsionar esse ambicioso processo de renovação exige a adoção de novas opções pastorais, mais decididas e eficazes. Trata-se de um v

Recuperar o projeto de Jesus

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  Cada um está vivendo a pandemia como pode. Para alguns, a rotina praticamente não mudou; para outros, surgiram novos projetos e necessidades; para mim, está sendo um tempo de trabalho menos acelerado, e estou aproveitando para cuidar da minha saúde física e mental. Bons resultados estão aparecendo aos poucos. Gratidão. Compartilho hoje com você que acompanha o nosso Pluriverso Teológico, uma das minhas leituras destes últimos meses, que foi sugerida num encontro do clero de nossa diocese no final do ano passado. É uma obra que eu já tinha no meu acervo (comprado até meio por acaso), mas que eu não tinha ainda arriscado a ler. Mania de bibliófilo. Em nove breves artigos quero te apresentar a obra “ Recuperar o projeto de Jesus ”, do padre e professor espanhol José Antônio Pagola. Uma obra muito interessante, que propõe horizontes para um caminho de renovação das comunidades e paróquias. O momento de pandemia em que nos encontramos – e os sonhos que temos para quando ela acabar – t

Espiritualidade conjugal e familiar – Amoris Laetitia XII

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  O último capítulo da Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia , do Papa Francisco, que completa 5 anos de publicação, nos coloca diante da proposta de uma bela e profunda espiritualidade conjugal e familiar. O amor da vida de família tem dimensões próprias, que revelam o amor de Deus para com todos os seus filhos e filhas. Acima de tudo, “a Trindade está presente no templo da comunhão matrimonial” (AL 314). Deus habita a vida de cada família, se faz presença em cada lar, sente junto com cada um de seus membros as aflições, consolos, dúvidas, sofrimentos, angústias, alegrias, esperanças – situações concretas do cotidiano da vida. E nesse horizonte é que se pode compreender que “a espiritualidade matrimonial é uma espiritualidade do vínculo habitado pelo amor divino” (AL 315), que se manifesta na realidade do amor familiar. Cristo deve ser sempre o centro da vida da família. É o seu amor redentor que a unifica na fé, na caridade, na verdade. Desse modo, “os momentos de aleg